Eu fui uma criança muito curiosa e leitora.
Eu gostava muito de brincar na casa de uma vizinha que tinha uma criança da mesma idade que eu e um menino de uns 3 anos de idade que era a coisinha mais fofinha do mundo. Loirinho, “cabelos de tigelinha” e com os olhinhos azuis cor do céu. Um doce de criança.
Além de lindos brinquedos, naquela casa tinha uma estante cheia de livros infantis e muitas tardes de diversão.
Ler é viajar sem sair do lugar!
Algumas histórias que li ficaram gravadas em minha memória.
Eu não tinha maturidade para entender quão profundos eram aqueles textos. Eles continuam tão atuais mesmo passados mais de … Hum! Nem vou falar quantos anos se passaram para não denunciar minha idade. ; – )
Mais um detalhe: não vou mencionar o autor, porque na internet existem diferentes nomes mencionados como autor desta fábula, mas para evitar dar os créditos para quem não o tem de direito, vou manter como autor desconhecido.
Fábula: O velho, o menino e o burro
Há muito, muito tempo um velho convidou o seu neto para ir com ele à terra mais próxima vender o burro que tinha. Combinaram que partiriam no dia seguinte, logo pela manhã, para poderem chegar bem cedinho ao mercado. Seguiam a pé, pois o avô achava que venderia melhor o burro se ele chegasse com um ar pouco cansado. E assim partiram com o avô e o menino a andarem pela estrada fora ao lado do burro.
No caminho, cruzaram-se com algumas pessoas, que imediatamente começaram a troçar:
— Olhem aqueles é que são tolos. Têm um burro e vão a pé. O mais estúpido dos três não é quem se esperaria. O burro afinal não é nada burro. Ahahaha!
O velho não gostou nada que troçassem dele e disse ao seu neto para se sentar em cima do burro. Seguiam caminho tranquilos quando, um pouco mais adiante, passaram por três mercadores.
—Olhem, olhem, mas o que é que temos aqui?! — disse um deles. — Respeita os mais velhos, rapaz. Desmonta e deixa o teu avô ir montado no burro, que já é muito velho para ir a pé. Tu, que tens as pernas fortes e novas, é que vais sentado no burro, e o teu avô, já velhinho, é que vai a pé?
Embora ainda não estivesse cansado de caminhar, o velho pediu ao neto para sair e montou ele no burro. Andaram apenas um pouco mais até passarem por algumas mulheres que também iam para o mercado.
— Olhem este velho — disse uma delas. — A pobrezinha da criança é que vai a pé e ele vai todo repimpado no burro. Que pouca sorte tu tens, meu menino…
O velho sentiu-se envergonhado uma vez mais, mas para se mostrar agradável pediu ao neto que subisse no burro. Assim iriam os dois montados em cima dele e parariam os comentários. O rapaz obedeceu e continuaram a viagem agora os dois montados no burro.
Um pouco mais adiante, um grupo de pessoas interpelou-os com indignação:
— Mas será que quereis matar o burrinho? Pareceis mais capazes vós de carregar o burro do que o contrário.
Ai, ai, ai, … O velho e rapaz desmontaram imediatamente. Passado um bocado, quase a chegarem ao mercado, gerou-se um enorme burburinho ao verem os dois carregando o burro atado num pau, que transportavam nos ombros de ambos. Juntou-se uma multidão para observar a cena que achavam muito estranha.
— Olhem estes doidos varridos. Eles é que são os burros do burro!
O velho já estava mesmo farto e exclamou zangado:
— Do que observo me confundo! Por mais que a gente tente agradar, não consegue tapar a boca do mundo. E meu neto, que nos sirva de lição: É mais tolo, quem dá ao mundo satisfação!
Agora a conclusão é sua. Good luck! ; – )
By Carla Baccan
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